Obras

Fernando Pessoa

painting
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
© MACAM
Data

1985

Técnica

Acrílico sobre tela

Dimensões

116 x 81 cm

O recurso ao retrato, género clássico da pintura, e a temática da literatura, são uma constante na carreira de Júlio Pomar, manifestando-se como uma prática relacional, ligada às suas afinidades pessoais e interesses culturais. No começo da década de 1970. Júlio Pomar inicia um ciclo dedicado ao retrato, no qual inclui tanto retratos de figuras próximas, como de personalidades das artes e da literatura, entre eles Camões, Bocage, Almada, Santa Rita, Amadeo ou Allen Poe, Baudelaire, Manet. O poeta Fernando Pessoa destaca-se entre essas personagens, tornando-se uma das figuras mais recorrente na sua obra. Pessoa, é um dos autores de referência para Pomar, reinventado em diversos momentos, que funciona como mote para experiências plásticas e explorações estilísticas, traduzindo uma diversidade de abordagens técnicas e suportes. Este interesse prolonga-se ao longo da sua carreira, com várias séries de trabalhos de retrato em que Pessoa marca presença, nomeadamente, na intervenção artística de resposta à encomenda para a estação do metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa.

A obra em destaque, - Fernando Pessoa
, assinada e datada de 1985, é considerada um dos retratos autónomos que Pomar fez do poeta, representando Pessoa numa posição frontal, de meio corpo, com os seus iconográficos chapéu e óculos. Trata-se de um exercício de figuração que não se limita à semelhança, mas abre espaço à liberdade gestual e à experimentação formal, marcada por uma forte expressividade. Composta por traços soltos e pinceladas vibrantes, característicos do estilo de Pomar nesta época, esta pintura combina manchas de cores intensas como rosa, azul e verde com tons ocres e pastéis. O rosto e a indumentária surgem como fragmentos visuais, numa linguagem estilizada, que apresenta uma desconstrução da figura em fusão com o fundo da pintura, revelando a riqueza do diálogo entre figuração e abstracionismo, que define a maturidade artística de Júlio Pomar.



Adelaide Ginga

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