Obras
Melancolia
sculpture


Data
1989
Técnica
Esmalte sobre fibra de vidro e lâmpada de azeite
Dimensões
255 x 120 x 90,5 cm
Datada de 1989, e exposta no mesmo ano em Nova Iorque, esta obra constitui uma das matrizes do processo de construção, leitura e significação do trabalho de Pedro Cabrita Reis, já que o conceito de melancolia é central no pensamento plástico deste artista. O título da obra metaforiza um “espaço interior”, gerado e circunscrito por cinco ciprestes, representados e erigidos em fibra de vidro sobre a mesma base, na qual repousa também uma lamparina de azeite, símbolo da “iluminação” do espaço e, acima de tudo, presença da “luz”, que deve presidir ao pensamento e à incessante busca, pelo ser humano, do seu lugar no mundo.
À semelhança da água (a par da terra, do ar e do fogo), o azeite parece funcionar como mais um arquétipo, também presente em obras como - A Casa do Esquecimento
(1990), e invoca a paisagem e a cultura do Mediterrâneo. Simultaneamente, poderá metaforizar o tempo e a dimensão histórica da existência, num permanente jogo entre memória e esquecimento, luz e escuridão. No contraste entre os materiais usados e a evocação de uma natureza vegetal, esta escultura acaba por se converter numa “imagem”, simultaneamente presente e longínqua, em que o seu valor cromático invoca a referência histórica e etimológica da própria palavra melancolia, correspondente, no idioma grego, à secreção de bílis negra e à alteração de estado de alma, fruto da influência de Saturno.
José Carlos Pereira
À semelhança da água (a par da terra, do ar e do fogo), o azeite parece funcionar como mais um arquétipo, também presente em obras como - A Casa do Esquecimento
(1990), e invoca a paisagem e a cultura do Mediterrâneo. Simultaneamente, poderá metaforizar o tempo e a dimensão histórica da existência, num permanente jogo entre memória e esquecimento, luz e escuridão. No contraste entre os materiais usados e a evocação de uma natureza vegetal, esta escultura acaba por se converter numa “imagem”, simultaneamente presente e longínqua, em que o seu valor cromático invoca a referência histórica e etimológica da própria palavra melancolia, correspondente, no idioma grego, à secreção de bílis negra e à alteração de estado de alma, fruto da influência de Saturno.
José Carlos Pereira