Pedro Cabrita Reis nasceu em Lisboa, em 1956, e diplomou-se em pintura na antiga ESBAL. Na sua carreira internacional, relevam as participações nas IX e XIV Documenta de Kassel, em 1992 e 2017, respetivamente, e nas 21ª e 24ª Bienal de S. Paulo, em 1994 e 1998. A convite de Germano Celant, integrou a exposição Aperto, em 1997, e representou Portugal na Bienal de Veneza em 2003. Destacam-se ainda as exposições: “Sometimes one can see the clouds passing by”, Kunsthalle Bern, 2004; “Pedro Cabrita Reis”, MACRO - Museo D´Arte Contemporanea, em Roma, em 2006; “Pedro Cabrita Reis”, Fundazione Merz, Turim, 2008, e a retrospetiva do seu trabalho exibida, sucessivamente, na Hamburger Kunsthalle, no Carré d’Art - Musée d’art contemporain de Nîmes, M - Museum Leuven e Museu Coleção Berardo. A Fundação Carmona e Costa realizou a retrospetiva da sua obra de desenho, em 2011.
A partir de 1980, o seu trabalho evidencia os códigos da pintura e do desenho como base de uma prática que dilui fronteiras entre as expressões artísticas, classicamente consideradas. Através de uma releitura do legado das vanguardas, mormente do construtivismo e do suprematismo russos, a dimensão política concilia-se com uma reflexão individual e poética acerca da condição humana, avultando a necessidade de ver “para dentro” e “por dentro” das coisas. Este “olhar” concilia-se com a carga simbólica dos materiais utilizados, sendo que parte muito significava das suas obras habita a tensão entre a monumentalidade e a deliberada rasura desse estatuto. Se os objetos resultam de uma vivência em que praxis e pensamento se determinam reciprocamente, a paisagem, o tempo, a memória, e o esquecimento, são ativados através de um processo em que a metáfora e a melancolia se constituem os dois pólos de apreensão e conhecimento do mundo.
JCP, outubro 2020
A partir de 1980, o seu trabalho evidencia os códigos da pintura e do desenho como base de uma prática que dilui fronteiras entre as expressões artísticas, classicamente consideradas. Através de uma releitura do legado das vanguardas, mormente do construtivismo e do suprematismo russos, a dimensão política concilia-se com uma reflexão individual e poética acerca da condição humana, avultando a necessidade de ver “para dentro” e “por dentro” das coisas. Este “olhar” concilia-se com a carga simbólica dos materiais utilizados, sendo que parte muito significava das suas obras habita a tensão entre a monumentalidade e a deliberada rasura desse estatuto. Se os objetos resultam de uma vivência em que praxis e pensamento se determinam reciprocamente, a paisagem, o tempo, a memória, e o esquecimento, são ativados através de um processo em que a metáfora e a melancolia se constituem os dois pólos de apreensão e conhecimento do mundo.
JCP, outubro 2020