Sem título
Sem título
© MACAM
Data

1964

Técnica

Vieux-chêne sobre cortiça colada em papel

Dimensões

49,9 x 37,5 cm

Começando a expor em 1958 enquanto frequentava a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, Espiga Pinto (1940-2014) explorará diversas áreas, tais como a pintura, o desenho, a escultura, a gravura, a performance, a cenografia, o azulejo e a medalhística.
A sua produção inicial das décadas de 1950 e 1960 — na qual se insere esta obra — será predominantemente marcada por uma imagética relacionada com o seu Alentejo natal, ao qual regressa entre 1960 e 1966 após a sua formação lisboeta. Figuras desse universo rural povoam então o seu imaginário, seja nos seus momentos de trabalho, seja nos seus momentos de festa e de rituais. Os animais dessa paisagem, como cavalos, bois, touros e ovelhas, marcam também forte presença na sua obra.
Mais tarde, esta proximidade afetiva com o neo-realismo cruzar-se-á com uma tendência para a abstração. Observar-se-á então uma crescente importância da geometria na definição da estrutura das suas obras, numa aspiração de representação simbólica de cosmogonias mais amplas.
Nesta obra de 1964, realizada num só tom, embora possamos adivinhar as patas de um animal na parte inferior da composição, anuncia-se já essa tendência abstratizante. As manchas de cor ocupam predominantemente os dois terços superiores da composição, prolongando-se para o canto inferior direito e permitindo que canto inferior esquerdo respire pelo vazio. O fundo, seccionado e com textura, adquire relevância, a par da forma contínua e monocromática que Espiga Pinto lhe apõe. A assinatura e datação da obra, inscritas sobre a parte inferior da forma pintada, adquirem um carácter de signo visual, integrando o movimento da composição e, simultaneamente, dela se destacando.
LC

Obras

(1)

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  • Sem título (lavoura)
    Sem título (lavoura)

    José Manuel Espiga Pinto