Artistas

João Penalva

O percurso do artista plástico João Penalva (Lisboa, 1949) inicia-se pela dança contemporânea, tendo trabalhado com Pina Bausch e Jean Pomares. Em 1976 instalou-se definitivamente em Londres, onde frequentou a Chelsea School of Art. Começou por dedicar-se à pintura e estabeleceu-se como pintor neo-expressionista nos anos 1980, aclamado em Portugal e no Reino Unido. A sua prática artística foi decisivamente influenciada pelo coreógrafo Merce Cunningham e o seu “sistema racional”. 
Na década de 1990, começou a diversificar a sua área de ação, explorando a fotografia, o vídeo, o texto, a instalação e o livro de artista. A presença de texto é estrutural na sua obra que, ao provocar e desconstruir efeitos narrativos, sugere uma reflexão aprofundada sobre as tensões entre imagem, texto e linguagem. Uma parte das suas obras faz referência à literatura ou à história da arte e a outras áreas culturais, por vezes com documentos ou objetos apropriados. Já outra vertente do seu trabalho tende a operar subtis transfigurações do real, através de imagens ambivalentes de situações irreconhecíveis, objetos indeterminados, fora do tempo e do espaço, provocando um certo efeito de estranheza e confusão. Autor de um trabalho que tem vindo a questionar incessantemente a visualidade, as suas estratégias e dispositivos, Penalva vê a exposição como um prolongamento da sua prática artística, explorando as relações de hipertextualidade, contradição e diálogo que nela surgem.
Realizou a sua primeira instalação em 1993 no edifício da antiga Alfândega do Porto, o que se tornou num marco para a história da arte contemporânea portuguesa. Representou Portugal na 23ª Bienal Internacional de São Paulo (1996) e na XLIX Bienal de Veneza (2001). Expôs também na I Bienal Internacional de Melbourne (1999), na Berlin Biennale 2 (2001). Foi convidado para as residências DAAD (Berlim, 2003-2004), Les Récollets (Paris, 2005) e ganhou o Bryan Robertson Award (Londres, 2009). Das inúmeras exposições individuais, destacam-se as retrospetivas no CAM – Fundação Calouste Gulbenkian (2011) e na Brandts Kunsthallen em Odense, Dinamarca (2012), e instituições como Trondheim Kunstmuseum, Noruega; MUDAM, Luxemburgo; Camden Arts Centre, London; The Power Plant, Toronto, entre outras. O seu trabalho está presente em várias coleções públicas e privadas. Desde 2002, é professor na Academia de Arte de Malmö, Universidade de Lund, Suécia.
CB
Outubro 2020
 
 

Obras

(1)

A carregar

  • The Prize Song (from R.)
    The Prize Song (from R.)

    João Penalva