Adam Pendleton

Adam Pendleton (1984, Richmond, EUA) é um artista conceptual cuja carreira tem vindo a crescer exponencialmente, numa prática multidisciplinar. A sua obra apoia-se nas potencialidades da linguagem, incorporando regularmente excertos de textos ou palavras. Recorrendo aos movimentos do Dadaísmo, Minimalismo e Arte Conceptual, analisa criticamente relações entre passado e presente, propondo interpretações alternativas. Ao trazer para a sua obra referências a movimentos culturais do século XX, privilegiando as que dizem respeito ao passado político e social Afro-americano, instiga-nos a refletir sobre temas como as polémicas raciais nos EUA. É esta fusão - entre realidades, culturas e tempos, imagem e linguagem, raça, política e avant-garde - que compõe o Black Dada, conceito por si desenvolvido (inspirado no poema “Black Dada Nihilismus” de Amiri Baraka). Frequentou o Private Collegiate School e, em 2000, um curso de arte em Itália (Artspace Independent Study Program, Pietrasanta). Em 2002, em Nova Iorque, inicia a sua carreira artística. Em 2004, realiza a sua primeira exposição individual Being Here (Universidade do Illinois, Urbana e Galeria Wallspace, Nova Iorque), participando, no mesmo ano, em três exposições coletivas. Em 2007, através da performance The Revival, encomendada para Performa 07 (Stephen Weiss Studio, Nova Iorque), alargou os meios de comunicar a sua arte ao recitar um sermão, acompanhado de um coro gospel. Em 2008, realizou Black Dada Paintings, provavelmente a sua obra mais famosa. Estes trabalhos abstratos caracterizam-se por uma linguagem gráfica com fundos monocromáticos, dos quais se destacam letras de “black dada”. No Toronto International Film Festival, em 2009, apresentou Band, um vídeo que incluía imagens de um jovem membro dos Black Panther. A continuidade temática é uma característica importante da sua obra. Em 2012, tornou-se o artista mais jovem a assinar contrato com a Pace Gallery, desde os anos 70. Da sua intensa carreira internacional destacam-se a participação na Biennale di Venezia (56ª Bienal de Veneza, Pavilhão Belga, 2015). O seu trabalho está representado em museus como o Museum of Modern Art, (MoMA, Nova Iorque), Museum of Contemporary Art Chicago, (Chicago), Solomon R. Guggenheim Museum, (Nova Iorque), Galeria Nacional do Canadá, (Otava), Tate Modern, (Londres), e Museum Moderner Kunst Stiftung Ludwig Wien, (mumok, Viena). Em 2024, o artista recebeu o prémio Rosenthal Family Foundation Award for Painting da Academia Americana de Artes e Letras. Em 2025, será inaugurada a sua próxima exposição individual Love, Queen, no Hirshhorn Museum and Sculpture Garden (Washington, D.C.).

 

Francisca Morais Vaz