José Barrias (Lisboa, 1944 – Milão, 2020), filho do pintor Miguel Barrias, frequentou o curso de Pintura da Escola de Belas Artes do Porto, onde reside entre 1950 e 1967, mudando-se posteriormente para Paris, onde permanece durante cerca de um ano (1967-1968). Fixa-se em Milão, em 1968, onde viveu e trabalhou até à data da sua morte, não perdendo, contudo, a ligação à sua cidade natal, através de uma contínua atividade expositiva. Em 1980 participa na Bienal de Paris e em 1984 representa Portugal na Bienal de Veneza. Em 1990 expõe individualmente em Portugal pela primeira vez, e em 1996 é organizada uma mostra global da sua obra - José Barrias Etc... -, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Recebeu, no mesmo ano, o prémio AICA. A sua obra é construída através de materiais e técnicas mistas, recorrendo não só aos meios tradicionais, como o desenho, a pintura e a escultura, mas também à fotografia, ao filme e ao texto escrito, que muitas vezes conjuga sob a forma de instalações. Geralmente organizada em núcleos temáticos, que se correlacionam, como que se de uma só grande narrativa se tratasse, a sua obra retira inspiração de referentes literários, possuindo também uma forte componente autobiográfica, e explora particularmente as noções de memória e herança. Do seu percurso, destacam-se as exposições Presente (1995, Perugia, Itália), Um quarto de página (1995, Casa Fernando Pessoa), Sete artistas contemporâneos evocam a geração de 1911 (1999, Fundação Calouste Gulbenkian), In Itirene (2011, Fundação de Serralves), José Barrias: Correspondências (2014, Brangança) e Escrever com a Luz: Notas para a biografia de uma sombra (2019, Guimarães), a última do artista em Portugal.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020