José de Almada Negreiros (São Tomé, 1893 - Lisboa, 1970) foi uma das personagens mais destacadas da geração modernista de Orpheu, cuja atividade multifacetada - como pintor, escritor, ensaísta, ilustrador, cenógrafo, entre outras - teve um papel fundamental da introdução de ideias vanguardistas em Portugal. Como humorista, os seus desenhos figuram primeiramente na Exposição Livre, de 1911, sendo que estariam também presentes na I e II Exposição de Humoristas, de 1912 e 1913. A sua primeira mostra individual acontece um ano depois, na Escola Internacional de Lisboa. No ano seguinte, estreia-se no campo da escrita, publicando o seu primeiro poema, e, em 1915, é convidado para colaborar no primeiro número da revista Orpheu. Ao longo dos anos 20, colabora com outras publicações, tais como a revista Contemporânea, Athena, Presença, o Diário de Notícias e o Sempre Fixe. Em 1917, lê o seu Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX, na 1ª Conferência Futurista, estando ligado a diversas outras atividades/ações de introdução do Futurismo em Portugal. No mesmo ano, é publicado o emblemático K4 Quadrado Azul, livro de sua autoria dedicado ao pintor Amadeo de Souza-Cardoso Entre 1919 e 1920, vive em Paris, cidade que não o fascina e onde não aprofunda relações com os artistas de vanguarda que por lá viviam nessa altura. Regressado a Lisboa, escreve A Invenção do Dia Claro (1921) e o romance O Nome da Guerra (1925); participa na exposição dos 5 Independentes (1923) e no I Salão dos Independentes (1930), assim como, na década de 40, em algumas Exposições de Arte Moderna. Foi ainda convidado para participar na célere decoração do café A Brasileira, em 1925, e do Bristol Club, em 1926. Segue-se uma passagem por Madrid, entre 1927 e 1932, onde se torna uma presença activa nos núcleos culturais, conhecendo e trabalhando com algumas das figuras mais significativas do modernismo espanhol. De volta à capital, leva a cabo diversos projetos de decoração, como os frescos para as Gares Marítimas de Alcântara (1943-45), da Rocha do Conde de Óbidos (1946-49) e o painel Começar (1968-69) - o último grande empreendimento da sua carreira - para a Fundação Calouste Gulbenkian. Marcos da sua carreira incluem, como pintor, o Prémio Columbano (1942), o Prémio Domingos Sequeira (1946) e o Prémio do Diário de Notícias (1966). A sua obra encontra-se representada em inúmeras coleções institucionais e particulares.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020
Obras
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