Artistas

Raúl Perez

1944Vila Nova de CerveiraPortugal
Raúl Perez (Lovelhe, Minho, 1944) é uma das mais importantes figuras do meio artístico português da segunda metade do século XX, incontornável no contexto do surrealismo, apesar de recusar qualquer rótulo, ou colocação explícita da sua obra dentro de uma corrente artística em particular. Em 1972, realiza a sua primeira exposição individual na Galeria de São Mamede, onde apresenta imagens do seu Diário Onírico.Este título poder-se-ia estender ao resto da sua obra, que, à semelhança das páginas deste diário, é constituída por registos do universo enigmático dos seus sonhos – um mundo misterioso, inquietante, onde, por entre castelos, portas sem interior, buracos e torres com asas, surgem frações de figuras ambíguas, que nos observam expectantes, assim como outros seres fantásticos, ou ainda esfinges, que habitam também este espaço cénico. Adere ao grupo Phases (Paris) no ano seguinte, destacando-se, da sua atividade conjunta, a exposição em Bruxelas, no Museu de Ixelles (1974), a exposição internacional surrealista Marvelous Freedom – Vigilance of Desire (1976), em Chicago, e ainda as primeiras do grupo em Portugal, em 1977. Dentro da prolífera atividade expositiva, realça-se a frequente participação em importantes exposições nacionais e internacionais de surrealismo: O Cadáver-Esquisito, sua exaltação, em celebração do 50º aniversário do movimento surrealista de Paris (1975, Galeria Ottolini), Três Poetas do Surrealismo: António Maria Lisboa, Pedro Oom e Mário Henrique-Leiria (1981, Biblioteca Nacional de Lisboa), O Fantástico da Arte Moderna (1986, Fundação Calouste Gulbenkian), a exposição organizada pela revista surrealista madrilena Salamandra (1992, Madrid) e Surrealismo ou Não (1994, Galeria de São Mamede). Na exposição de 1975, tal como numa outra, em 2003, na Galeria de São Mamede, expõe ao lado de Cruzeiro Seixas, com quem manteve especial amizade. Como ilustrador, realiza as capas da primeira edição holandesa de O Banqueiro Anarquista de Fernando Pessoa (1980) e do romance de Julien Gracq, Le Rivage des Syrtes (1981), entre outras. Em 2006, o Museu Colecção Berardo inaugura a exposição Raúl Perez – Desenho e Pintura, a maior alguma vez realizada da sua obra, incluindo cerca de cem desenhos e pinturas. 
 
FMV, outubro 2020
 

Obras

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