Obras

A Mulher da Laranja

painting
A Mulher da Laranja
A Mulher da Laranja
© MACAM
Data

c. 1913

Técnica

Óleo sobre tela

Dimensões

84,5 x 100 cm

Eduardo Viana interrompeu em 1905 o curso de pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa e parte nesse ano parte para Paris, onde continua os seus estudos artísticos. Até ao eclodir da Grande Guerra, realiza viagens por vários países da Europa. No decurso desta circulação, o pintor assume influências diversas, situando-se entre os valores herdados do século XIX e o anúncio da rutura moderna, que viria a explorar mais intensamente nos anos seguintes.
Embora não datada, esta pintura, também designada de “Pomo d'Oiro” e terá sido exposta pela primeira vez em 1913, na SNBA. A obra é referida também sob esta designação, n'O Jornal, de 13 de Abril de 1915.Marcada por uma figuração concentrada nos temas da sua predileção - a paisagem, a figura humana, as naturezas-mortas -, esta pintura estrutura-se a partir de influências cézannianas, não sendo alheia a um formulário naturalista com filiação na obra do pintor espanhol Ignacio Zuloaga.
A composição é trabalhada em diferentes planos, que integram três géneros clássicos da pintura ocidental: em primeiro plano, à esquerda, uma natureza-morta constituída por uma bilha de barro e um conjunto de laranjas; também em primeiro plano, mais ao centro, a personagem feminina - provavelmente uma vendedeira - que remete para o género pictural do retrato; no último plano, a paisagem, constituída pelo casario que deixa antever a linha do horizonte. A misteriosa figura do homem com o cigarro e as outras personagens conferem vida ao espaço urbano. Apesar das várias camadas de informação, o olhar do observador é atraído pela presença visual da laranja colocada no centro da composição, e pelo rosto da mulher, que nos confronta diretamente.
A composição caracteriza-se pela unidade, conferida pelo tratamento cromático em que predominam os tons castanhos e verdes secos, animados pelo cor-de-laranja brilhante que polvilha toda a composição, e pela luminosidade artificial do céu longínquo.

JB

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