Obras
Começo
sculpture


Data
2019
Técnica
Bronze patinado
Dimensões
34 x 31 x 7 cm
Com um percurso que se tem vindo a consolidar nos últimos anos, Fernão Cruz, nascido na cidade de Lisboa em 1995, é até então o artista mais jovem a expor individualmente na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com - Morder o Pó
. De cariz autorreferencial, com uma forte componente lúdica e humor negro, a obra de Cruz, expõe um universo onírico singular através de símbolos, signos e combinações de formas enigmáticas ou impressões do seu próprio corpo. Entre o plano e a tridimensionalidade, o artista opera num jogo plástico de texturas físicas e visuais presente na sobreposição de padrões e gestos na prática de uma arte cumulativa, a par de um domínio singular da cor e do exímio tratamento plástico das formas.
Através de um conjunto inédito de pinturas e esculturas em bronze, da qual a obra - Começo
fazia parte, a exposição - Morder o Pó
realizada em 2016, propunha uma reflexão sobre a morte, a ausência e a queda criando, simultânea e paradoxalmente, uma ode à vida e à metamorfose. - Começo
, é uma escultura em bronze que representa um relógio de parede, objeto comum e cotidiano, mas que estagnou numa hora específica. Através da técnica escultórica de molde perdido, a composição do relógio elaborada inicialmente em cartão deixa no metal impressa a sua textura canelada e o trabalho manual de corte e colagem. Num contraste entre gestualidade, rigidez e oxidação do metal, esta obra parece expor um paralelismo entre o tempo linear, visível pela oxidação da superfície metálica e o tempo psicológico e emocional que encerra a razão da paragem do relógio naquele horário: a intimidade do tempo do artista. Como uma espécie de ex-votos, este relógio parece marcar a ausência e a perda, mas também a familiaridade.
Carolina Quintela
. De cariz autorreferencial, com uma forte componente lúdica e humor negro, a obra de Cruz, expõe um universo onírico singular através de símbolos, signos e combinações de formas enigmáticas ou impressões do seu próprio corpo. Entre o plano e a tridimensionalidade, o artista opera num jogo plástico de texturas físicas e visuais presente na sobreposição de padrões e gestos na prática de uma arte cumulativa, a par de um domínio singular da cor e do exímio tratamento plástico das formas.
Através de um conjunto inédito de pinturas e esculturas em bronze, da qual a obra - Começo
fazia parte, a exposição - Morder o Pó
realizada em 2016, propunha uma reflexão sobre a morte, a ausência e a queda criando, simultânea e paradoxalmente, uma ode à vida e à metamorfose. - Começo
, é uma escultura em bronze que representa um relógio de parede, objeto comum e cotidiano, mas que estagnou numa hora específica. Através da técnica escultórica de molde perdido, a composição do relógio elaborada inicialmente em cartão deixa no metal impressa a sua textura canelada e o trabalho manual de corte e colagem. Num contraste entre gestualidade, rigidez e oxidação do metal, esta obra parece expor um paralelismo entre o tempo linear, visível pela oxidação da superfície metálica e o tempo psicológico e emocional que encerra a razão da paragem do relógio naquele horário: a intimidade do tempo do artista. Como uma espécie de ex-votos, este relógio parece marcar a ausência e a perda, mas também a familiaridade.
Carolina Quintela