Obras

Regras de Olisipo

painting
Regras de Olisipo
Regras de Olisipo
© MACAM
Data

1985

Técnica

Óleo e papel sobre tela

Dimensões

188 x 285 cm

Na década de 1980, Julião Sarmento regressa à pintura, depois de uma intensa exploração de linguagens e práticas conceptuais, materializada através de meios de expressão diversificados. Mantendo uma pesquisa focada na dialética enigmática do corpo humano, dos objetos e das palavras, a sua produção, neste período, desloca-se para um contexto pictural expressivo, íntimo e subjetivo.
Marcada pela figuração de cunho expressionista, esta composição desenvolve-se a partir de uma série de imagens e símbolos, alguns reconhecíveis e outros mais enigmáticos, que conferem um caráter inquietante ao conjunto. A sugestão narrativa é marcada pela integração de elementos heterogéneos que criam um jogo entre o que é visível e aparentemente identificável e o que é oculto, misterioso e fragmentário: o corpo fantasmático, a cabeça do animal, as espirais, o retângulo negro com uma sugestão de paisagem, os elementos que evocam cenas de caça da arte rupestre pré-histórica, os dólmenes e as formas que se adivinham nos desenhos, a par de manchas que surgem dinamicamente por toda a composição. Estes componentes formais e referenciais remetem para os arquétipos pictóricos da humanidade, fator reforçado pela paleta de tons terrosos. A introdução da palavra «Olisipo», nome romano da cidade de Lisboa, surge igualmente como indicação ou sugestão de ancestralidade - neste caso geográfica, relacionada com o espaço privilegiado das vivências do pintor. O elemento textual, embora remeta para o título, não constitui a chave para uma descodificação inequívoca: o mistério está (e deve estar) sempre presente.
JB

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