Obras

Sem título

sculpture
Sem título
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© MACAM
Data

2006

Técnica

Ferro e tinta sintética brilhante

Dimensões

40 x 250 x 222,5 cm

A prática escultórica de José Pedro Croft é o resultado de uma investigação dos processos construtivos e de perceção, de que resultam objetos em que as dimensões visual, plástica e poética se confundem. A sua obra assume como referencial privilegiado a ideia de ausência, explorada através da citação de iconografias relacionadas com a morte, numa primeira fase em esculturas de pendor figurativo, e mais tarde em trabalhos que se desenvolvem na esfera da construção e da arquitetura: Os módulos caixa-casa-túmulo, que remetem para a tradição das estruturas funerárias e que são concebidos a partir de uma relação de escala com o corpo humano (que, ausente, é evocado através da implicação do espetador na apreensão da obra).
Modular e abstrata, esta obra desenvolve-se numa estrutura de combinações binárias que refletem a problematização das relações entre a fisicalidade (presença, vida) e a evanescência (ausência, morte) do corpo/matéria: destacam-se, então, as oposições entre vazio e cheio, cor e não-cor, leveza e peso. Reduzida a uma gramática essencial marcada pela exploração de formas arquetípicas e pela economia de meios, o conjunto apresenta uma grande estabilidade, aspeto reforçado pela sua disposição horizontal e pela ligação direta ao chão. Porém, o encadeamento dos elementos numa grelha padronizada e que não está totalmente encerrada anuncia uma possibilidade de repetição e continuação infinita da forma. Cria-se assim um fluxo que reforça a dimensão telúrica da obra, e que ativa no espetador várias leituras possíveis em torno da passagem, do precário, da transitoriedade, conceitos que remetem para as fragilidades e o desequilíbrio do mundo e da vida, tornando-se na própria metáfora do objeto.
JB

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