Obras
Sem título (Mendigo)
sculpture


Data
2012-2015
Técnica
Grés
Dimensões
62,8 x 24,5 x 20,5 cm
As presentes esculturas correspondem a uma série que o artista Miguel Branco tem vindo a desenvolver desde 2012. Quatro figuras em grés negro, anamórficas e aparentemente inexpressivas, parecem impedir qualquer reconhecimento ou empatia por parte do espectador. São, no seu conjunto, uma obra densa, imóvel e silenciosa que procura provocar um estranhamento face aos corpos e rostos indefinidos da figuração. Sob um olhar mais atento apercebemo-nos que cada escultura tem identidade própria e, quase poderíamos dizer, qualidades psicológicas potencialmente inteligíveis. Autoridade, poder ou precaridade são algumas das características subtilmente ancoradas a cada figura, tornando-as representativas no imaginário coletivo relativo à condição humana. Ainda assim, são possíveis identificar discretos traços na fisionomia e diferenças na indumentária, sendo o acabamento da superfície a principal distinção entre elas.
Paralelamente, também os títulos desvendam as personagens - banqueiro, pedinte, senador e figura de pé - e são parte essencial do seu contexto original, histórico e metafórico. Por outro lado, o próprio material utilizado convoca a ação manual primordial e essencial da modelação, bem como o poder mágico e transformador do fogo que, não só faz transitar o estado material do barro maleável para a solidez cerâmica das formas, como termina o processo de criação de atemporalidade. As esculturas comportam-se como artefactos de personagens, lugares e tempos imaginados e a negritude das formas absorve a luz e encerra internamente possíveis significados mais profundos. As quatro esculturas parecem assim dispor-se numa espécie de acervo etnográfico ancestral assente na ideia de um cruzamento entre herança de um passado histórico e a própria natureza metamórfica das imagens.
CQ
Paralelamente, também os títulos desvendam as personagens - banqueiro, pedinte, senador e figura de pé - e são parte essencial do seu contexto original, histórico e metafórico. Por outro lado, o próprio material utilizado convoca a ação manual primordial e essencial da modelação, bem como o poder mágico e transformador do fogo que, não só faz transitar o estado material do barro maleável para a solidez cerâmica das formas, como termina o processo de criação de atemporalidade. As esculturas comportam-se como artefactos de personagens, lugares e tempos imaginados e a negritude das formas absorve a luz e encerra internamente possíveis significados mais profundos. As quatro esculturas parecem assim dispor-se numa espécie de acervo etnográfico ancestral assente na ideia de um cruzamento entre herança de um passado histórico e a própria natureza metamórfica das imagens.
CQ