Obras
Sinal de Concordância #2
painting


Data
2003-2004
Técnica
Óleo sobre tela
Dimensões
190 x 180 cm
A obra de José Loureiro desenvolve-se em torno da experimentação da pintura enquanto meio plástico cujos limites materiais, formais e conceptuais são passíveis de permanente questionamento, sendo assim resultante de uma acumulação de saberes e práticas pictóricas. Em termos técnicos, as pesquisas em torno da - pintura em si
levam o artista a privilegiar o óleo e as infinitas potencialidades de sobreposição que este meio permite, até ao estabelecimento de um equilíbrio final entre os elementos. Em termos formais e conceptuais, a sua obra materializa-se em composições em que explora as várias possibilidades da pintura enquanto representação do visível: os efeitos óticos, as relações entre sistema e acidente, padrão e motivo, opacidade e transparência, composição e arritmia - elementos que se encontram em evidência nesta série.
Nestas duas obras a composição estrutura-se a partir do contraste entre a linearidade dos traços que definem as silhuetas e as manchas aparentemente aleatórias que povoam todo o espaço pictural. Esta duplicidade faz com que pareça desenvolver-se em dois planos simultâneos que se repelem e atraem mutuamente, mas que são unos por via de um cuidadoso esquema cromático. Um dos planos é marcado por claras replicações figurativas, enunciadas pela presença das silhuetas reconhecíveis de um homem (reclinado? sentado?); o outro plano de fundo apresenta um pendor marcadamente abstrato. Ao criar esta síntese dúplice num mesmo espaço de representação, Loureiro parece questionar e sugerir um caminho de rutura quer com os cânones da figuração, quer com os modelos da representação abstrata.
Ambas as peças transmitem uma forte pulsão e energia, conferidas pela vibratilidade das manchas coloridas, pela repetição e sobreposição das linhas de contorno da silhueta até à sua aparente saturação, e pela deslocação dinâmica das formas no espaço.
Joana Baião
levam o artista a privilegiar o óleo e as infinitas potencialidades de sobreposição que este meio permite, até ao estabelecimento de um equilíbrio final entre os elementos. Em termos formais e conceptuais, a sua obra materializa-se em composições em que explora as várias possibilidades da pintura enquanto representação do visível: os efeitos óticos, as relações entre sistema e acidente, padrão e motivo, opacidade e transparência, composição e arritmia - elementos que se encontram em evidência nesta série.
Nestas duas obras a composição estrutura-se a partir do contraste entre a linearidade dos traços que definem as silhuetas e as manchas aparentemente aleatórias que povoam todo o espaço pictural. Esta duplicidade faz com que pareça desenvolver-se em dois planos simultâneos que se repelem e atraem mutuamente, mas que são unos por via de um cuidadoso esquema cromático. Um dos planos é marcado por claras replicações figurativas, enunciadas pela presença das silhuetas reconhecíveis de um homem (reclinado? sentado?); o outro plano de fundo apresenta um pendor marcadamente abstrato. Ao criar esta síntese dúplice num mesmo espaço de representação, Loureiro parece questionar e sugerir um caminho de rutura quer com os cânones da figuração, quer com os modelos da representação abstrata.
Ambas as peças transmitem uma forte pulsão e energia, conferidas pela vibratilidade das manchas coloridas, pela repetição e sobreposição das linhas de contorno da silhueta até à sua aparente saturação, e pela deslocação dinâmica das formas no espaço.
Joana Baião