As formas geométricas de Code Poem, uma série iniciada por Adam Pendleton em 2009, são adaptadas a partir de imagens que aparecem no livro Code Poems da poetisa Hannah Weiner de 1982. Na sua obra, Weiner utiliza o Código Internacional de Sinais - um protocolo de sinal náutico que indexa mensagens simples para marcar semáforos e sequências de código Morse - para criar composições visuais e verbais codificadas. O traço e o ponto, os símbolos binários do código Morse, estão dispostos em grelhas na página, nas quais Weiner introduziu um terceiro elemento: o quadrado. Este elemento enigmático e aparentemente não significativo corrompe uma série de mensagens originais de Weiner, tornando-as indeterminadas e abstratas.
Para as suas esculturas, Pendleton gera novos arranjos dos três símbolos de Weiner. Estes arranjos, que já não significam nem comunicam de acordo com os termos de qualquer código estabelecido, materializam-se como formas de cerâmica vidrada, instaladas no chão. A série Code Poem evidencia o compromisso de longa data de Pendleton com sistemas modulares bem como com a linguagem: a linguagem tratada não tanto como um portador de pensamentos ou emoções, mas como um material a ser processado, sintetizado, modificado. Na sua homenagem a Weiner, Pendleton reconhece a influência mais ampla, neste âmbito, dos poetas da língua, um pequeno grupo de escritores de vanguarda americanos que surgiram nos anos 70 e 80 do século XX em torno das revistas L=A=N=G=U=A=G=E e This, e com os quais Weiner é frequentemente associada. Untitled (Code Poem Portugal) #1, #2, e #4 são as primeiras esculturas da série de Pendleton.
Studio Adam Pendleton