Artur do Cruzeiro Seixas (Amadora 1920 — Lisboa, 2020) foi pintor, cenógrafo, ilustrador e poeta. Neto de um professor de Desenho, frequenta a Escola de Artes Decorativas António Arroio. Mau aluno confesso, aprende com os amigos, nomeadamente nas tertúlias do Café Herminius.
Após uma incursão neo-realista, descobre os manifestos de Breton, aderindo ao Surrealismo e expondo na coletiva de 1949. Com Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria, Carlos Calvet, António Maria Lisboa, entre outros, cria o grupo de cisão “Os Surrealistas”. Em 1950, alista-se na Marinha Mercante. Após duas voltas ao mundo, radica-se em Angola. Aí organiza a sua primeira individual (1953) e trabalha no Museu de Angola (coleção de Manuel Vinhas). Coleciona então arte africana e escreve os primeiros textos poéticos que, a par do desenho, pintura, colagem e objetos, criam um coerente e particular corpo de obra. O seu traço seguro e os seus universos poéticos enformam obras de alguma negrura, ironia e forte impacto plástico.
Em 1964, regressa a Portugal, prosseguindo trabalhos de ilustração, em especial para capas de livros de Cesariny, bem como a escrita, desenho e pintura, que expõe regularmente, em mostras individuais (primeira retrospetiva na Galeria Bucholz, Lisboa) e coletivas, em Portugal, Brasil e Holanda. Nos anos seguintes, viaja pela Europa, contactando com surrealistas internacionais, e colabora com as Galerias 111 e S. Mamede e com o Casino Estoril, divulgando autores como António Areal, Vieira da Silva, Carlos Calvet, Paula Rego, Mário Botas, o Grupo Cobra, Henry Michau, ou Sarah Affonso. Radicado no Algarve, na década de 1980, programa para várias galerias e continua também a expor a sua obra. Rejeitando a pintura nos anos 90, não abandona o desenho e a escrita. Em 1999, oferece a sua coleção (mais de 400 obras) arquivo e biblioteca à Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de Famalicão), para a constituição do Centro Português do Surrealismo.
O seu traço certeiro serviu atmosferas vertiginosas, frequentemente desoladoras. Com um onirismo inquietante, violento e irónico, a sua obra plástica e poética, magistralmente sumarizada no objecto autorretrato “Mão”, da coleção da Fundação Calouste Gulbenkian, está também representada nas coleções do Museu Nacional de Arte Contemporânea e da Fundação Cupertino de Miranda.
EF
Dezembro 2020
Após uma incursão neo-realista, descobre os manifestos de Breton, aderindo ao Surrealismo e expondo na coletiva de 1949. Com Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria, Carlos Calvet, António Maria Lisboa, entre outros, cria o grupo de cisão “Os Surrealistas”. Em 1950, alista-se na Marinha Mercante. Após duas voltas ao mundo, radica-se em Angola. Aí organiza a sua primeira individual (1953) e trabalha no Museu de Angola (coleção de Manuel Vinhas). Coleciona então arte africana e escreve os primeiros textos poéticos que, a par do desenho, pintura, colagem e objetos, criam um coerente e particular corpo de obra. O seu traço seguro e os seus universos poéticos enformam obras de alguma negrura, ironia e forte impacto plástico.
Em 1964, regressa a Portugal, prosseguindo trabalhos de ilustração, em especial para capas de livros de Cesariny, bem como a escrita, desenho e pintura, que expõe regularmente, em mostras individuais (primeira retrospetiva na Galeria Bucholz, Lisboa) e coletivas, em Portugal, Brasil e Holanda. Nos anos seguintes, viaja pela Europa, contactando com surrealistas internacionais, e colabora com as Galerias 111 e S. Mamede e com o Casino Estoril, divulgando autores como António Areal, Vieira da Silva, Carlos Calvet, Paula Rego, Mário Botas, o Grupo Cobra, Henry Michau, ou Sarah Affonso. Radicado no Algarve, na década de 1980, programa para várias galerias e continua também a expor a sua obra. Rejeitando a pintura nos anos 90, não abandona o desenho e a escrita. Em 1999, oferece a sua coleção (mais de 400 obras) arquivo e biblioteca à Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de Famalicão), para a constituição do Centro Português do Surrealismo.
O seu traço certeiro serviu atmosferas vertiginosas, frequentemente desoladoras. Com um onirismo inquietante, violento e irónico, a sua obra plástica e poética, magistralmente sumarizada no objecto autorretrato “Mão”, da coleção da Fundação Calouste Gulbenkian, está também representada nas coleções do Museu Nacional de Arte Contemporânea e da Fundação Cupertino de Miranda.
EF
Dezembro 2020
Obras
(6)A carregar